quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

16° capítulo


Novamente fora

            Estava escuro, ela tinha certo conhecimento de vozes chamando seu nome, mas ela não via nada, e sentia frio, Marina não sabia se a nave tinha parado, mas tentava não pensar muito nisso, ao invés disso ficou esperando, esperando pela morte, porque ela sabia que uma hora chegaria, não queria morrer em vão, queria que os outros completassem a missão, salvassem a Terra, e quando voltassem, diriam a seus pais como ela os amava e como tinha morrido, depois disso, fechou os olhos e deixou que a morte a afogasse.
          Dentro da nave estava um caos, gritos e lágrimas rolavam por todos os lados, algumas pessoas ainda gritavam por Marina, ninguém sabia o que fazer:
          - Parem!
          O grito de Nilo foi inesperado, todos pararam na mesma hora, não ousaram desobedecer.
          - Não adianta chorar, a nave está indo para mercúrio e tem um tripulante para trás, nunca se deixa ninguém para trás! Alguém aí tem carteira de motorista?
          - Eu tenho.
          Disseram Chris, Jéssica, Allan, Andresa e Ivna, todos ao mesmo tempo.
            Sem pensar, Danilo empurrou Christian em direção ao volante. No momento em que se sentou, o garoto olhou diretamente para o botão onde lia-se “piloto automático”, embaixo havia uma pequena tela indicando a rota tomada até agora e a que estava por vir, antes de mais nada, apertou o botão que antes fizera a nave parar. Ele abaixou o botão do piloto automático, e pegou o volante:
            - É como um carro, Chris. Somente pise no acelerador, e vire o foguete para aquele lado.
            Disse Jéssica, apontando para trás.
            Christian procurou com os pés, mas não achou os pedais.
            - Deixe-me dirigir!
            Disse a menina, empurrando-o para fora da cadeira.
            Todos observaram Jéssica botar os pés sobre uma plataforma, imediatamente, a nave se moveu, e com grande esforço, Jéssica virou o volante, junto com o foguete.
            Pressionando com mais força o acelerador, a velocidade tornou-se mais perceptível, na mesma hora, todos se sentaram com o equipamento de segurança.
             Foi difícil encontrar Marina, mas ela flutuava no meio do nada, chamando a atenção para si. Assim que a viu, Jéssica parou a nave e começou a se mexer, andou na direção das roupas espaciais, pegou a sua.
            - De jeito nenhum!
            Disse Christian. A garota o olhou com os olhos arregalados de dor:
            - Quer que ela morra?
            Rígido, o garoto respondeu.
            - É claro que não! Mas também não quero que ‘você’ morra!
            A boca de Jéssica se abriu, a cada segundo que se passava, Marina estava mais próxima de morrer, e Christian não parecia se importar.
            - Saia da frente! Minha amiga está morrendo! Não vê isso?
            Nesse instante ela começou a se mover, mas o garoto botou seu braço no caminho.
            - Sua teimosa! Eu sei que temos que salvá-la! Mas eu faço isso, você fica aqui!
            Jéssica finguiu não ouvir seu comentário, desviou-se do braço de Christian e, em frente a porta, vestiu-se.
            Ivna, Luciana e Andresa também estavam vestidas, mas Allan alertou:
            No máximo duas pessoas, por favor! Precisamos de ajuda aqui também.
            Jéssica confirmou com a cabeça, mas estava claro que a menina pretendia sair. Vendo sua determinação Christian disse:
            - Então deixe-me ir com você!
            Sem olhar seu rosto, Jéssica perguntou:
            - Por que?
            Fazendo piada de tudo aquilo Christian respondeu:
            - Porque você é tão pequena que mesmo a nave estando parada, você pode ser levada... Quero estar lá para te segurar!
            Jéssica fechou a cara, e ainda sem olhar para o garoto, sorriu:
            - Então não precisamos esperar mais nada.
            Ela saiu.  
             

Nenhum comentário:

Postar um comentário