quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

13° capítulo


Partida
            Depois de tudo arrumado, olharam o interior da nave. Havia dez assentos, diversas telas, a câmera em cima de uma mesa, uma porta com os dizeres “Banheiro”, um armário de comida espacial...
            Havia roupas penduradas em uma das paredes. Todas eram incrivelmente grandes, serviram somente em Christian e Allan, que mediam pouco menos de dois metros. No foguete entraram dois homens e três mulheres que começaram a consertar as outras roupas diretamente do corpo das garotas, levaram menos de meia hora e se despediram com uma reverência.
            Voltaram-se para os assentos, respiraram fundo e se sentaram. Uma imagem surgiu na maior das telas.
            - Prontos?
            Era o presidente brasileiro, que apesar de censurar um de seus seguranças anteriormente, parecia se preocupar com a idade dos garotos.
            - Saibam que não foram os únicos a se alistar! Neste momento, a caminho de Mercúrio tem americanos, espanhóis, chineses, australianos... Os primeiros foram mandados em menos de uma semana. Tomem cuidado!
            Depois de sua última palavra a tela se apagou e eles sabiam que havia chegado a hora. Verificaram seus equipamentos de segurança e, insanamente, prenderam a respiração.
            Por um momento a nave não saiu do chão, mas podiam ouvir que estava ligada, e a qualquer momento poderia se mexer. E esse movimento foi mais do que repentino.          
A velocidade era incrível! Quase insuportável, tiveram que fechar os olhos. Estavam suando, e seus corações batiam a uma velocidade inimaginável.  
            Não sabiam quanto tempo se passara quando bateram inesperadamente. Se não estivessem presos no assento, seriam arremessados para fora do mesmo.
            O susto fez com que voltassem a respirar, a reação de Luciana foi apertar o botão próximo à primeira tela. Nela surgiram dois rostos, entre eles o do presidente.
            - Batemos em alguma coisa!
            O presidente baixou os olhos, quem explicou foi o homem ao seu lado:
            - Sim. Isso acontece porque vocês vão atravessar em linha reta, vão “furar” a órbita da Terra, pode demorar um pouco, mas se querem percorrer mais de noventa milhões de quilômetros em um mês não podem seguir a ordem natural.
            Os olhares dentro da nave eram incrédulos, ninguém tivera o trabalho de lhes avisar, mas sabiam que não seria uma viagem comum.
            Eles esperaram o que pareceram mais de cinco horas, mas a nave movia-se aos poucos, tinham retirado o equipamento de segurança e agora conversavam.
            Finalmente a nave havia perfurado a órbita o suficiente, e a velocidade voltou ao normal. Todos foram surpreendidos, tiveram que se segurar em seus assentos ou qualquer objeto próximo, infelizmente Andresa não segurou a tempo e foi jogada para trás.
            A menina bateu com tudo, e ficou desacordada no chão.
            - Dessa!
            Luciana gritou.

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