Gravidade
Ninguém sabia o que fazer, não poderiam se soltar, caso contrário também seriam arremessados para o fundo da nave e provavelmente machucariam mais a garota.
Mesmo nessas condições, todos estavam se movimentavam, tentavam se sentar. Após vários minutos finalmente Christian se sentou e apertou o botão em sua frente. A nave parou, todos caíram no chão, não foi confortável, mas eles nem perceberam, olhavam a amiga desacordada.
Novamente o botão próximo a maior das telas foi pressionado, dessa vez por Marina.
- Problemas?
O homem ao lado do presidente se chamava Michael, seu olhar era irritado, mas a voz era serena.
- Andresa desmaiou! Não esperávamos que o foguete se movesse tão cedo, não estávamos presos...
A garota foi interrompida pela risada de Michael.
- Crianças são tão ingênuas! Sabia que isso não daria certo!
Eles se sentiram ofendidos, só estavam tentando ajudar. Mas o homem continuou:
- Ok, levem-na à um dos cômodos internos e pressionem o botão amarelo. Ele fará o foguete voltar a se movimentar, mas tornará tal movimento imperceptível para vocês.
Tentaram disfarçar a revolta, ninguém parecia se importar em avisá-los, mas não era algo que gostariam de transmitir para aquele homem com quem teriam que conviver.
Só então repararam nas pequenas elevações que marcavam portas, Allan pegou Andresa no colo e a levou até um desses quartos, lá haviam macas fixas no chão, e outro banheiro, Allan botou a garota em cima de uma das “camas” e sentiu seu pulso.
- Ela está respirando.
Disse, fazendo todos sorrirem e respirarem aliviados. Depois disso voltaram ao cômodo anterior, com exceção de Luciana, que ficou com Andresa, no outro cômodo, Nilo sussurrou:
- Feche a porta!
A razão estava embaixo de seus dedos, um botão com os dizeres “antigravidade”. Os olhos de todos começaram a brilhar de curiosidade, e Nilo pressionou o botão.
A sensação era de imensa leveza, por um momento esqueceram o que estavam fazendo no espaço, esqueceram os imensos problemas que os abordavam ultimamente... Até que ouviram o grito de Luciana.
- Me ajudem!
Foram nadando até lá, e, apesar de estarem preocupados, a sensação era ótima! Nada se comparava a isso.
Fechar a porta não deteve o efeito antigravitacional dentro do quarto, Luciana havia pegado um copo d’água que agora flutuava, ela tentava impedir que Andresa batesse em alguma coisa.
Jéssica postou-se acima da garota para que ela não batesse no teto, enquanto isso Christian e Nilo seguraram seus braços e a puxaram de volta para a cama.
Não queriam ligar a gravidade novamente, e para evitar novos episódios de flutuação, botaram uma fina, mas pesada colcha sobre o corpo de Andresa, desse modo ela flutuava, mas não subia o suficiente para bater em qualquer coisa.
Dessa vez, no quarto ficaram todas as garotas, começaram a analisar o corpo da menina desmaiada para saber se havia quebrado algum dos ossos. Felizmente a garota estava intacta, a não ser por um enorme galo no alto de sua cabeça, não sabiam quando sua consciência voltaria, mas tinham certeza de que não estava morta, o que as aliviava muito.
Jéssica deixou o quarto e foi em direção a Christian, que fazia piruetas no ar, a garota sorriu e o acompanhou em suas piruetas. Logo Allan e Marina juntaram-se a eles, depois Ivna, Luciana e Danilo, e como sete bobos ficaram rodando pela nave.
Sentiam-se idiotas, mas ao mesmo tempo estavam infinitamente felizes, e nada no mundo atrapalharia esse momento.
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