segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

11° capítulo

Enganados

          Foi um longo caminho até o local, e apesar do horário nenhum deles adormeceu, alguns estavam muito animados... Mas a culpa sobrevoava a maioria deles, estavam deixando tudo para trás, seus deveriam estar preocupados. Sabiam que uma vez tomada a decisão, não haveria volta!
          Se fosse um dia comum, o sol estaria nascendo quando chegaram, os celulares estavam desligados, e apesar da determinação, todos estavam nervosos.
          Ao olharem ao redor, avistaram uma enorme casa com uma placa em frente ao portão:
          - Venham salvadores! O mundo conta com vocês!
          Leu Ivna.
          Por um momento ninguém se mexeu, até que Christian deu um passo à frente, todos o seguiram. O único som era de seus passos e a respiração acelerada de cada um.
          Não foi preciso chegar até o portão para que ele se abrisse, câmeras registraram os primeiros a caminharem em direção àquela casa. Dele saíram os cientistas e quatro seguranças. Ao se aproximarem Andresa disse:
          - Viemos nos...
          - Alistar! Perfeitamente!
          Interrompeu-a um dos cientistas.
          Ele começou a andar de volta para a casa, eles o seguiram. Andaram mais devagar do que pretendiam, a vontade era de sair correndo e acabar logo com isso, mas tiveram que se conter.
          - Vocês não são muito novos?
          Perguntou um dos seguranças. Mas o olhar de seu chefe fez com que se calasse.
          Quando finalmente alcançaram a casa, entraram e viram o cientista pegar o que reconheceram como passagens de avião, ele lhes informou:
          - Vocês irão até os Estados Unidos, alguns homens estarão lhes esperando no aeroporto com a identificação “heros”. Algum de vocês fala inglês?
          Em uníssono disseram que sim, com exceção de Nilo que olhou para o chão e cruzou os braços.
          - Muito bom!
          Disse o cientista.
          - Agora, vão!
          - Obrigado!  Stephen, não é?
          Disse Christian.
          O cientista não respondeu, apenas indicou o táxi com a cabeça. 
          E assim, respiraram fundo, entraram no carro que os esperava no portão. 
                                                                  ...
        
          Nunca uma viagem de avião foi tão longa, não paravam de perguntar as horas, foi um alívio senti-lo pousar.
          Como o previsto havia três homens usando ternos e óculos escuros segurando um cartaz. Em inglês, Jéssica disse:
          - Somos nós.
          Depois de verificarem seus nomes, os levaram novamente a um táxi. Queriam perguntar para onde estavam indo, mas novamente se conteram, logo saberiam a resposta. No táxi ligaram novamente os celulares, estavam seguros agora.
          Alguns minutos depois chegaram à um campo aberto onde viram o que sabiam ser um foguete. Antes mesmo de descerem o celular de Christian toca, e novamente é Karen.
          - O que foi?
          A menina não parecia feliz.
          - Não faça essa pergunta idiota! Mamãe acordou horrível, eu a levei no hospital e adivinha? Desmaiou! Fizeram exames e foi confirmado que ela ingeriu...
         Nervoso Christian pergunta:
         - Ingeriu o que?
         - Boa noite, Cinderela!
         Respondeu Karen.
         O celular escorrega pela mão de Christian.

sábado, 29 de janeiro de 2011

10° capítulo


Vitória
          Ele se vira devagar, ainda assustado, assim que viram o sangue que escorria pelo nariz do rapaz, todos entraram em ação. Procurando qualquer coisa que pudesse ajudar... Uma das garotas tirou um lenço do bolso e entregou a Christian.
          Não era uma sensação boa, era como arranhar o ferimento, e foi depois de muito tempo que Marina conseguiu sussurrar ao seu lado:
          - Desculpe Chris! Aquela era a janela da Beth, isso chamaria a atenção dela! Me desculpe!
          Vendo o desespero da garota ele sorri:
          - Relaxa Marina... Sei que não fez por mal, nem está doendo tanto!
          Era mentira, a dor era quase insuportável, como se uma espinha entalasse em sua garganta e ficasse por mais de três dias. Neste momento Chris entregou a corda para o irmão que com uma jogada certeira atingiu a janela apontada por Marina, o barulho, como esperado, chamou a atenção de Ivna, que arregalou os olhos ao ver os amigos. Esses acenaram pedindo que ela se afastasse.
          Antes que pudessem subir, a garota se certificou de que o guarda-chuva estivesse bem preso e fez sinal para subirem.
          - O que estão fazendo aqui?
          Perguntou quando a última pessoa passou pela janela.
          - Viemos resgatá-la! Um obrigada não seria ruim.
          Disse Andresa. Ivna olhou para a porta, depois para a janela, somente disse:
          - O que estamos esperando?
          Jéssica explicou os calmantes e o plano, mas a garota já tinha calmantes em casa, e sabia que quantidade usar para que a mãe dormisse.
          - Já volto!
          Todos juntaram-se a porta quando ela a fechou. Mas não conseguiram ouvir nada. Somente quando a menina voltou que se acalmaram.
          - Podemos ir!
          Foi neste momento que reparou o machucado de Christian, e lhe entregou gases e esparadrapo antes de saírem um a um pela janela. Novamente ao sair, o garoto puxa a corda, mas desta vez a esconde perto de uma árvore. Sabiam que nenhum dos pais permitiria que seus filhos viajassem, decidiram informa-lhes indiretamente.
          - Vou ligar novamente pro Gabriel e pedir pra ele avisar pra mamãe depois que tivermos saído!
          Disse Luciana. Depois Marina sorriu e disse que ligaria para Bárbara (sua irmã), seguida de Andresa que decidiu avisar o namorado.
          Logo após a última ligação chamaram dois táxis, e Nilo falou a primeira vez desde que estiveram no apartamento de Jéssica e Luciana:
          - Conseguimos!
          Todos ficaram surpresos alguns até mesmo tinham se esquecido que ele estava presente. Mas sua fala foi contagiante, e quando os táxis chegaram sorrisos estavam pintados em seus rostos.   
  

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

9° capítulo


Nunca se sabe

          Karen estava com sua mãe junto a porta, tinha um olhar vazio. Todos foram para a cozinha, Christian pegou um copo com água e impedindo a visão dos outros botou um dos comprimidos, logo que ele se dissolveu por inteiro perguntou à mãe:
          - Aceita um copo d’água?
          Ela havia se sentado e com um olhar penetrante disse:
          - Não, obrigada!
          Jéssica mordeu o lábio, sabia que poderia ocorrer algum imprevisto, mas desejava o contrário, foi Allan quem falou:
          - Sua cara está horrível, mãe! Beba um pouco!
          O ambiente pesava, estava claro que as garotas não eram bem-vindas no momento, mas a mãe bebeu...
          No mesmo instante suas pálpebras vacilaram, seu rosto ficou sereno, a raiva se fora.
          - Preciso me deitar!
          Disse.
          - Vocês têm que ir para o quarto.
          Depois olha na direção das garotas, que estavam todas reunidas na entrada da cozinha (com exceção de Karen).
          - Vocês têm que ir embora. Boa noite.
          Elas saíram, mas ficaram a poucos metros da porta, esperando que Christian e Allan saíssem. Mas eles não saíram, não pela porta.
          Depois de alguns minutos, puderam ouvir ruídos vindo do lado oposto ao da porta, eles estavam pendurados por cordas de lençóis, cada um saía de uma janela, já se podia ouvir o ressonar vindo do quarto da mãe. As garotas assistiam a cena em silêncio, embora a vontade de gritar fosse grande.
          Quando chegaram ao chão Chris puxou sua corda e revelou um guarda chuva no extremo antes invisível a todos. Explicou-o com um rouco “nunca se sabe”.
          Andaram até encontrarem um táxi, que os levou à casa de Ivna. Lá ao tocarem a campainha foi Elisabeth (a mãe) quem atendeu, e com o olhar gelado disse:
          - Sinto muito, não podem entrar!
          E fechou a porta em seguida. Eles continuaram ali, sem saber o que fazer, até que Andresa sugeriu:
          - Luciana, ligue pro seu primo! Ele com suas ideias diabólicas pode saber o que fazer.
          Na mesma hora a menina pegou o celular e discou. Foi o próprio Gabriel quem atendeu dizendo:
          - Oi Luh!
          Luciana explicou o que havia acontecido desde a cena na casa dos garotos, mas foi interrompida antes de dizer que queria a ajuda do primo. Ele simplesmente disse:
          - Usem a corda do Chris para escalar a janela do quarto da Ivna!
          Luciana disse eufórica:
          - Obrigada, priminho lindo do meu coração!
          Sem realmente explicar o que ele havia dito, pegou a corda e a lançou na primeira janela que viu, errou. Entendendo o plano Chris decide ajudar, mas lança em uma janela diferente. Marina sabia que aquela janela era do quarto de Elisabeth, já estivera na casa anteriormente, e puxa a corda para evitar que o barulho chamasse a atenção para fora da janela.
          Infelizmente o movimento inesperado distrai Christian, que olha para a garota e não vê o guarda-chuva se aproximar, ele é atingido diretamente no rosto, que começa a sangrar.  

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

8° capítulo


O novo plano

       Elas desceram na estação seguinte na esperança de que houvesse alguma farmácia por perto. Fizeram uma pequena caminhada até avistarem as luzes da drogaria. Nenhuma deles reconheceu o nome, mas no momento não importava, entraram e logo falaram ao farmacêutico:
          - Estamos procurando calmantes. O mais forte que tiver!
          Com um ar risonho, ele observa as garotas e pergunta “O mais forte?” E vasculha as prateleiras no fundo do estabelecimento. Depois volta com uma caixa de comprimidos, onde só estava escrito “calmantes”.
          Satisfeitas, as garotas pegam novamente um ônibus de volta a casa de Christian. Lá batem três vezes na porta, foi Karen quem atendeu:
          - Olá! Vieram se despedir?
          - Mais ou menos, podemos falar com os garotos?
          Pergunta Jéssica. Mas não espera a resposta, estava impaciente demais, e se dirigiu ao quarto do namorado, mas antes de abrir a porta uma voz a chama da cozinha:
          - Oi amor... Estou aqui!
          Ela entra na cozinha sorridente, mas então percebe que a mãe dele está de braços cruzados apoiada na bancada.
          - Precisava falar com vocês à sós.
          Todos sabiam que ela se dirigia a Christian e Allan, e isso a incomodou:
          - Por que, Jéssica? Quer fugir com eles?
A garota engoliu em seco, seria difícil convencê-la a deixá-los conversar. Mas disse a primeira coisa que lhe veio a cabeça:
          - Pode ser na cozinha ou no banheiro, algum lugar que não tenha janelas, só preciso conversar!
          Dito isso, a mãe os guiou até um pequeno escritório, e disse:
          - Tem dez minutos!
          Aliviada, assim que a porta foi fechada, Luciana tira da bolsa a caixa e deixa que Jéssica explique:
          - Queremos que sua mãe tome! Só o bastante para dormir por... umas horas, assim poderão fugir com tempo de folga, sem que a polícia venha atrás de nós!
          Foi Allan que perguntou:
          - Tem certeza? Não podemos fazer isso enquanto ela dorme normalmente?
          - Não haverá tempo o bastante!
          Diz Andresa.
          Os garotos balançam levemente a cabeça permitindo que dessem o medicamento à mãe.
          E foi logo após de botar a caixa na bolsa que a porta se abriu.

         

domingo, 23 de janeiro de 2011

7° capítulo


Nunca subestime a mente de um adolescente de 12 anos

          Estavam a caminho da casa de Marina e as alternativas estavam se esgotando... De repente uma voz conhecida chama Jéssica, era seu primo Gabriel:
            - Oi Jess!
            Apesar da situação a garota sorri e o abraça:
            - Oi! Tudo bem?
            Gabriel não respondeu a pergunta, apenas fez uma careta e perguntou:
            - O que estão fazendo aqui?
            Com certo receio Jéssica olha para os amigos às suas costas            e de volta para o menino. Depois fala pausadamente como se fosse explicar à uma criança o que não deve fazer:
            - Gabriel, nós queremos ir ao espaço para descobrir o que está acontecendo e...
            Ela fora interrompida pela fala do primo:
            - Não precisa me explicar, eu vi na televisão! E se quer saber, acho uma ótima ideia! Se for para o mundo acabar, vocês vão morrer felizes!
            Nenhum deles conseguiu conter as risadas, e foi Andresa quem lhe informou:
            - Quem dera nossos pais pensassem assim, não estamos tendo muita sorte até aqui... Christian e Allan já tiveram que voltar para casa. Parece que deu a louca na mãe deles.
            Gabriel ajeitou os óculos e disse com serenidade:
            - Esse é o problema? Que deem calmantes ou soníferos a ela, vocês tem que conseguir!
            Olhares de espanto e sorrisos surgiram em seus rostos, de uma coisa eles sabiam, Gabriel estava coberto de razão.
           

sábado, 15 de janeiro de 2011

6° capítulo

 A Parte Difícil
           
            Estavam na casa das irmãs Jéssica e Luciana, mas preferiram começar pela casa de Christian e Allan, a primeira parte do plano era pedir (ou implorar) aos pais...
            Somente a mãe estava em casa, a resposta foi um NÃO tão forte que primeiramente ficaram sem palavras. Ela prosseguiu:
            - Vocês estão ficando doidos? São crianças... Não podem sair pelo espaço salvando o mundo!
            Estava tão nervosa que acabou quebrando um prato, os garotos ajoelharam-se, imploraram, beijaram os pés da mãe, fizeram promessas... Mas nada foi capaz de fazê-la mudar de ideia.
            O que os deixava chateados era serem chamados de crianças, já eram maiores de idade e sabiam que poderiam fazer isso sem autorização, e foi isso que disseram a mãe antes de sair, deixando-a sem palavras, e com lágrimas pelo rosto...
            A segunda casa foi a de Ivna, nessa foi uma cena mais dramática... Todos conheciam muito bem a mãe, ela era professora na academia de ginástica rítmica, pensavam que ia ser mais fácil, mas depois do implorar com todas as forças, Elisabeth tomou uma decisão inesperada de chamar a polícia caso ela tentasse fugir. Foi chocante para todos, tentaram convencê-la de que não teriam motivo para detê-los, mas a resposta alta e clara foi a seguinte:
            - Experimentem... Quem sabe da certo!
            Foi o bastante para convencer Ivna a ir para o quarto.
            Isso não estava nos planos, teriam que prosseguir sem ela, mas não era a mesma coisa... E foi dentro do ônibus que o telefone de Christian tocou:
            - O que ouve Karen?
            Era sua irmã, os gritos ao fundo confirmavam o que ela dizia:
            - A mamãe endoidou! Vocês tem que voltar ela está chorando sem parar, e gritando! Está quebrando tudo!
            Chris olhou rapidamente para os amigos... Depois de pensar por bastante tempo, sem dizer nada, desligou o celular e anunciou:
            - Temos que voltar Allan! Não podemos deixar nossa mãe nesse estado... Sinto muito!
            Disse olhando para os outros.
            É, a situação não estava boa, mas o que os mantinha de cabeça erguida era a esperança, aquele pequeno pedaço do plano que ainda não tinha falhado.