sábado, 16 de julho de 2011

28° capítulo


 Primeira impressão

    Dentro da nave, todos moviam-se ao mesmo tempo, ninguém se preocupara em responder a pergunta de Awdrey. Ela a repetiu mais três vezes antes de Christian finalmente a responder:
    - Allan saiu da nave!
    Awdrey franziu as sobrancelhas. Só depois de alguns minutos, o garoto completou a informação.
    - Ele está no chão, não consegue nem mesmo falar!
    Sem pensar muito a menina disse:
    - A gravidade deve estar mantendo-o no chão!
    Christian não parava de se mexer, mas como todos os outros, não sabia o que fazer.
    - OK! Isso é óbvio! Mas não sabemos como tirá-lo de lá!
Awdrey ficou em silêncio. Apoiou o queixo nas mãos por uns instantes! A situação era extremamente complicada, não poderiam colocar um só dedo para fora da nave ou seriam jogados contra o solo, o oxigênio de Allan era era limitado, e isso era só um resumo do problema.
De algum lugar, Ivna gritou:
- Aquela roupa é feita pra ser pesada, certo?
Algumas pessoas balançaram suas cabeças em resposta.
- Bom... Se fosse mais leve, talvez nós consigamos suportar a gravidade.
Awdrey olhava freneticamente para seus amigos, queria estar na missão com eles, mas percorria com seus olhos, todos os cantos da nave, procurando uma solução.
De repente, seus olhos pousaram em algo que nenhum deles gostaria de ver nesse momento.
- Olhem as roupas! O peso se concentra na parte de trás!
Michael falou ao seu lado:
- Essa roupa estava em fase de testes, apresentou eficácia em quase 100% das provas. A ideia é ser mais resistente e dar mais liberdade para os movimentos...
Christian estava muito nervoso, embora as vezes tivesse dúvidas, era o irmão mais velho, não podia deixar que nada acontecesse com Allan, ele pegou um canivete em uma das gavetas, e tentou cortar a parte de trás da roupa, o que não era nada fácil.
Os outros tentavam ajudar com facas, tesouras de unha e até mesmo com os dentes, e depois de muito esforço, a roupa foi aberta. Descartaram todo o conteúdo, felizmente, aquela parte da roupa era como um bolso, separado do restante.
O garoto não hesitou em se vestir, mal respirava, e mesmo sentindo o peso extra ao colocar o capacete, saiu da nave.
Assim que saiu, seus músculos se contraíram, sentia-se colado no chão, mas ao menos mantinha-se em pé. Era como se seu corpo fosse feito de metal, e o solo fosse um enorme e poderoso imã.  Aquela sensação provocava uma incrível dor, Christian pensava em como Allan estaria se sentindo.
Ele pegou o canivete e arriscou-se ao se ajoelhar no chão, sua mão se movia lentamente ao tentar cortar a roupa.
Allan suava como nunca, seu rosto estava vermelho, seus olhos fechados, e suas veias à mostra, seus músculos, assim como os de Christian, estavam contraídos. Quando o irmão o tocou, ele abriu os olhos, mas não conseguia ver nada, sentia-se esmagado por um caminhão, e seus olhos tornaram a se fechar.
Com o dobro do tempo, Christian retirou o conteúdo da roupa de Allan, virou-o de lado e pediu para que o seguisse.
Allan andou com grande dificuldade para dentro da nave, seus olhos estavam baixos, seu rosto expressava dor. Jéssica perguntou:
- Está tudo bem?
Ele tocou as costas e olhou para seus amigos.
- Desculpem-me!
As pessoas dentro da nave se entreolharam, ninguém o culpara, mas não conseguiram dizer nada. Dando mais um passo, Allan segurou suas costas, escondeu o rosto para segurar o grito, mas tremia sem parar.
- Acho que quebrei alguma coisa!

Um comentário:

  1. Não sei se você sabe como vai acabar, mas sabe o que eu pensei? Ficaria legal se você investisse alguns capítulos para lembranças ou pensamentos das personagens, caracterizando-as um pouco mais profundamente. Isso dá um fôlego -- porque serão capítulos para ler com mais calma -- e faz o leitor se envolver mais. Sabe, a gente acaba sempre tendo uma personagem preferida, aquela com quem mais nos identificamos, né? Estamos saudosos!!!

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