Rumo
Awdrey observava seus amigos com receio, tinha medo de fazê-los desistir, mas essa não era a pior das notícias.
- Gente... Sei que vocês estão fazendo de tudo, mas precisamos que vocês descubram alguma solução, rápido!
Eles levantaram a cabeça, com um pouco de raiva, não era ela que estava correndo risco de vida, não era ela que havia deixado tudo para trás, eles iam o mais rápido possível, ninguém havia sequer os elogiado em algum momento.
- Por que?
Perguntou Luciana.
Awdrey afagava o braço, olhava para Michael, como se pedisse ajuda, mas o homem fingiu estar escrevendo.
- Bom, como as plantas praticamente pararam de fazer fotossíntese, estamos em uma espécie de crise, muitos animais estão morrendo, outros sobrevivendo de rações, que também estão acabando, a cadeia alimentar está de pernas para o ar... A comida está escassa deste lado do mundo! Temos que importar comida de países orientais, o preço aumenta, tem muita gente passando fome... E tem as chuvas, está muito seco, até no Norte, onde deveria chover praticamente todos os dias, os impactos são grandes!
Todos refletiram por um momento, era óbvio que a natureza não reagiria bem com a falta do Sol, mas na realidade, nenhum deles tinha pensado nisso antes. Andresa foi a primeira a falar:
- Se temos que ir rápido é melhor começar agora... Mas primeiro precisamos de um curso!
Christian tossiu propositalmente, algumas pessoas levantaram as sobrancelhas, já sabiam sua opinião, e no momento era a melhor. Que escolha eles tinham?
- Acelere!
Ele sorriu, sentou-se e verificou se todos estavam com o equipamento de segurança. Sim, estavam todos prontos para sair. Awdrey se despediu, a tela se apagou e Christian acelerou.
Novamente, a velocidade foi impactante no início, mas eles se acostumaram rápido. Logo, podiam conversar de novo. Nilo perguntou:
- O que aconteceu com as estrelas?
Allan lhe explicou o episódio do acampamento, como haviam se surpreendido no começo e se despreocupado logo em seguida.
- Acho que o Chris está pirando!
Danilo refletiu por poucos segundos.
- Ele pode estar certo! Eram sete. Os únicos que não pareciam diferentes eram Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris! Tão pequenos, que se camuflaram entre as outras estrelas!
Todos arregalaram os olhos, sabiam que eram cinco planetas-anões, mas não haviam decorado seus nomes, não esperavam que um mendigo pudesse ter esse conhecimento.
Allan, um pouco envergonhado, perguntou:
- Você estudou na infância, Danilo?
O garoto olhou para ele e pensou durante alguns instantes.
- Sim.
E olhou pela janela. Allan ficou mais envergonhado ainda, tinha se sentido mal ao se lembrar de seus pais, agora, imaginava as lembranças que passavam pela cabeça de Nilo.
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